Ontem foi o último dia que fui substituir a minha colega. Dava-me jeito monetariamente mas fisicamente estava a ser muito cansativo. Só para terem uma ideia, nos meus dias de aulas, eu dava 9 horas e 40 minutos de aulas. É muito.
Foi, então, contratada outra professora substituta e eu fui passar-lhe a pasta: ensinar como funcionamos no colégio e pequenos truques e segredos. E só entre nós, que ninguém nos ouve, achei a moça impecável, muito melhor que a minha colega: mais paciência, métodos mais actuais, ideias novas... Gostei bastante dela e deixei-a completamente à vontade para ela fazer o que quisesse com os miúdos.
Último dia da semana, acordei e saí mais cedo de casa para garantir que não perdia o autocarro e chegava à escola o mais cedo possível. Vim todo o caminho, até chegar à paragem da escola, a piscar os olhos de sono. Saí do autocarro e fui para a passadeira de peões. Como sempre faço, esperei que me dessem passagem. O carro parou do meu lado e o que vinha em sentido oposto, também parou. Nesta altura avancei.
Estava eu a meio da passadeira - com os dois carros parados - quando aparece um terceiro carro em alta velocidade. Nestas situações, parece que bloqueamos e não sabemos como reagir e foi isso que me aconteceu. Parecia que estava num filme ou algo do género, que estava fora de mim a observar o que se passava.
Neste impasse meu, vejo o carro a travar bruscamente e a dar uma guinada para o lado para não bater no da frente. As pessoas que estavam nas paragens dos dois lados da estrada, ao ouvir o guinchar dos pneus e ao ver-me parada no meio da passadeira, desataram aos "ais".
É que o terceiro carro, em vez de dar a guinada para o lado do passeio, deu para o meio da estrada, ou seja, mesmo na minha direção. E só vos digo que se lhe tivessem falhado os travões, hoje não estava aqui para desabafar isto convosco.
Caiu-me o coração aos pés. Sem reação possível, lá prossegui o meu caminho cheia de náuseas dos nervos que apanhei e com o coração a tremer. Já passei por outra situação semelhante mas não tão grave como esta. Foi um grande susto proprocionado pela bestialidade daquele condutor.
Tinha o cabelo molhado e fui buscar a parafernália toda, isto é secador e escova, para o secar e esticar.
Estava eu de backside para o ar a tentar enfiar a ficha do secador na tomada, quando oiço qualquer coisa "surreal", uma mistura de engasgo com tosse mesmo atrás de mim, no momento exacto em que consigo atarrachar a ficha na tomada. Ao mesmo tempo que dou um enorme salto para trás, passa-me pela cabeça que estou a levar um choque enorme!
Mas depois vi que não me tinha acontecido mais nada senão um enorme susto! Mas afinal o que tinha sido aquilo?!? Ora... nada mais do que o menino Bóbi, que se pôs em silêncio atrás de mim e que depois teve um engasgo porque tinha bebido água...
Só vos digo que me ia saltando o coração pela boca mas no fim acabei a rir-me da minha própria parvoíce e da situação!
Só ouvi um estrondo gigantesco - quase que ia ficando surda - que me fez saltar da cadeira ao mesmo tempo que o Bóbi se pisgava em alta velocidade.
Assim que coloquei o CD no DVD do computador, começa a rotação em velocidade furiosa que termina num... BOOOOM!
Jamais me tinha acontecido uma destas! Que um CD se parta ainda vá, agora que expluda, foi novidade para mim!
Resumindo: fiquei sem CD (vou ter que comprar outro!), metade do CD refugiou-se dentro do DVD e está só a bater o pé e a dizer que "dali não sai, dali ninguém o tira!" e a outra metade está a suplicar-me que o liberte, que o deite para o lixo rumo à luz eterna.
Esperemos que o laser do CD tenha saído incólume desta Guerra Tecnológica pois já basta o trabalhão que vai ser no fim-de-semana ter de desmontar tudo para fazer a limpeza de verão, que é como quem diz, do CD!
Depois de um dia de trabalho extenuante na escola, cheguei a casa ainda estive a treminar os berliques e berloques para as duas festas em dois colégios. O terceiro nem uma festa rasca teve dinheiro para fazer. No comments.
Poucos minutos após ter finalizado as minhas tarefas pendentes, enfiei-me no quentinho dos lençóis. Mal apago a luz, sinto uma coisa estranha e desconhecida. Não, não é nada disso que estão a pensar...!
O meu colchão começa a tremer desmesuradamente, parecia gelatina. Aqui a tonta pensou que era o N. a abanar a cama com a perna. Santa ingenuidade!!!
Depois foi a vez das persianas e da jarra roxa que a sogra ofereceu e que enfeita a cómoda, começarem a dançar o cha-cha-cha.
Entretanto, o vizinho de baixo começa "ai-ai-ai".
Resumindo, eu que nunca tinha sentido um tremor de terra, levei cá um susto e um abanão que até fiquei com os neurónios barafundidos!
Alguém se aproxima vagarosamente, com pézinhos de lã.
Eu estou a trincar uma bolachinhas, distraidamente, sentada na paragem do autocarro enquanto penso na reunião secante de onde saí e aprecio os carros que passam.
Subitamente, oiço uma voz demasiado próxima de mim que me pergunta:
"O autocarro xxx passa no Ikeio?"
À medida que processo a informação na minha cabeça e tento desvendar o que é o "Ikeio" (que veio a revelar-se ser o nome daquela loja de mobiliário sueco), viro o meu pescoço para olhar para o meu interlocutor.
AAAAAAAAARGH! Apanhei um susto de morte!!! E até estremeci.
Se deparassem com um cenário assim...
... como reagiriam?
Confesso que a minha vontade ao olhar para aquela bocarra cheia de dentes pretos e recheados de ouro, foi a de fugir dali a sete pés ainda assim não levasse uma dentada fatal...
Oito e meia da manhã. Sono profundo. Toca o telemóvel. Bolas! Esqueci-me de desligar o raio do telemóvel ontem à noite… Olho para o número, não conheço. Penso que deve ser alguém a bombardear-me de algum call center para me impingir um serviço. Desligo o telemóvel e volto-me para o outro lado da cama.
Após mais um tempinho de sono, volto a ligar o telemóvel. Desta vez são as SMS. Uma a dizer que alguém ligou e a outra da minha prima. “Tens uma grande inundação no teu prédio.” Glup! Mas o que aconteceu?! Então com a chuva torrencial não aconteceu nada e agora é que há uma inundação?!
Vestir em 30 segundos e voar até minha casa. Fiz um grande filme pelo caminho. Já estava a ver um rio a escorrer escadas abaixo, imaginei abrir a porta e levar com uma onda em cima, ver tacos do chão a boiar e o sofá e o colchão da cama encharcados até à última partícula.
Chego à minha rua, vejo uma série de pinos e 2 sinais. Epá, a coisa parece estar mesmo mal. Mas depois chego à porta do meu prédio e está tudo seco. Que raio… Abro a porta e… tapete da entrada encharcado e de certeza que vai apodrecer todo. Começo a subir a escada. Rés-do-chão com tapetes encharcados. Continuo a subir. Terreno seco. Continuo até chegar ao terceiro andar. Tudo seco. Enfio a chave na fechadura e giro a chave, na expectativa de ver o que iria acontecer. Nada! Tudo na sua placidez habitual e tudo sequinho.
Resumindo, deve ter rebentado algum cano no rés-do-chão. Provavelmente quem me ligou deve ter sido a administradora que é mais chata que eu sei lá o quê e é completamente incapaz de fazer o que quer que seja ou de tomar uma decisão. Só é boa pra melgar o pessoal quando nos cruzamos nas escadas e para cortar na casa.